quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Índios evangélicos aumentam 42% em 10 anos e já são 210 mil


A organização de grupos evangélicos com essa missão tem aumentado, 
afirma Carlos Travassos, coordenador-geral do setor que monitora tribos 
isoladas e de recente contato na Funai (Fundação Nacional do Índio).
O trabalho conta até com apoio logístico de aviões em áreas de difícil 
acesso, graças à Asas de Socorro, uma das 15 agências missionárias
 evangélicas filiadas à AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras).
Bancadas por igrejas, empresas e voluntários, são ligadas a várias denominações
 e fazem ações de ensino, assistência social e treinamento de líderes indígenas.
O treinamento é a base da ideia da "terceira onda" evangelizadora: depois de 
missionários brancos estrangeiros e brasileiros, chegou a vez de os próprios índios
 atuarem.
A maioria dos índios evangélicos é ligada à Assembleia de Deus, 31% do total ou 
64.620 pessoas. Em segundo lugar vêm os batistas, com 17%, ou 35,5 mil pessoas.
Em Chapada dos Guimarães (MT) funciona a Ami, escola para índios cujo lema é 
formar "discípulos de Jesus Cristo" e criar uma igreja "genuinamente indígena em 
cada tribo do Brasil".
Eles são preparados para repassar os conhecimentos aprendidos a suas comunidades --
"da maneira deles", diz o pastor indígena Henrique Terena, presidente do Conplei 
(Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), que se 
define como o maior movimento evangélico indígena do país.
O Conplei organizou na Ami um congresso que reuniu cerca de 2.500 pessoas, 
com 81 etnias do Brasil e de outros países, segundo a organização. Eles
 comemoraram o marco simbólico da primeira evangelização indígena, 
quando missionários escoceses chegaram à aldeia de índios terenas, em 1912, 
em área hoje de Mato Grosso do Sul.
Também retrato de tendência nacional, o percentual de católicos indígenas também
 caiu nos últimos dez anos, de 59% para 50,5% da população indígena.
A Igreja Católica, com missões iniciadas no século 16, está presente em 185 povos, 
com missionários ligados ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário). A AMTB diz 
atuar com 182 etnias.
EVANGELIZAÇÃO
Para a AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que reúne 
organizações de missionários evangélicos, as ações em comunidades indígenas 
respeitam a cultura e o direito de escolha dos índios.
"Se as culturas são móveis e mutáveis, por que as mudanças provocadas a partir do 
conhecimento dos valores cristãos e do evangelho despertam tantas e tão violentas 
reações quando se trata de culturas indígenas?".
Do Jornal Floripa



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